ÊXODO ECLESIÁSTICO

Onde está a Igreja militante de Cristo? Alguém arriscaria me dizer... A cada dia encontro pessoas que não conseguem mais ter prazer na instituição denominada “igreja”. E por vezes, optam por deixá-las, sem abandonar o foco da Fé. Desta maneira, tornam-se verdadeiros DESIGREJADOS, ou seja, que não faz parte de uma igreja, mas deseja fazer. Fica a pergunta, o que levaria esta pessoa agir assim? É notório que nas instituições denominadas “igreja”, seus membros evangelizam pessoas muito bem, trazendo-as para o meio do grupo, nesse sentido, conduzindo a ovelha junto ao rebanho, até se sentir da família. Mas, depois de um tempo, que a pessoa faz parte da “igreja”, ela é esquecida, não é discipulada, o que tem levado estas pessoas a saírem do seu meio. O oposto também resulta neste êxodo eclesiástico.

Lembro-me de ter lido a história de um jovem que entregou sua vida a Cristo, e começou sua peregrinação nos caminhos da fé com uma veemência linda e surpreendente. Pouco tempo já estava pregando nas congregações da igreja local, conseguiu ganhar sua família toda para Cristo. Alguns amigos do trabalho, através dele, estavam experimentando a alegria de fazer parte da família de Cristo. Sua sede de Deus, seus esforços pela salvação dos perdidos, sua dedicação em consagrar a vida a Cristo e pregar sobre seu amor, expressava cada vez mais o seu chamado como instrumento de Deus.

Infelizmente toda essa alegria e entusiasmo foram diminuindo, quando ele foi ferido por aquele que deveria trazer a ele refrigero e conforto. Aquele que se intitulava seu pastor, parecia mais um lobo abatedor faminto. O jovem não representava nenhum perigo ao seu líder. Porém não era assim que o seu pastor o via. A motivação do jovem foi diminuindo como um balão furado. Aquela veemência ninguém via mais, sua ausência nos trabalhos da igreja era notável. Aquele jovem já não era mais o mesmo.

Por um tempo ainda se via o jovem pela igreja. Isso até o dia em que o pastor não tinha mensagem para pregar, e resolveu usar de altivez e autoritarismo, para atacar cada Membro que o incomodava. Apesar dele não ter motivo e nem justificativa para atacar aquele rebanho, assim o fez. Aquele dia foi o ultimo culto que aquele jovem participou. Depois das palavras - sem nenhum respaldo bíblico - usadas pelo pastor, para atacar seu rebanho, e ferir muitas ovelhas, o jovem deixou de fazer parte da igreja e não se encontrava mais entre os irmãos.

É assim que as instituições denominadas “igrejas” vêm se portando, frente aos seus membros. O uso indevido da autoridade eclesiástica, e o processo disciplinar humilhante, a que, muitos membros estão sendo submetidos. Aí, estão algumas das causas determinantes deste esvaziamento dos arraiais religiosos.

O que há nestes casos é uma grande ferida que precisa de bálsamo. Portanto, a missão hoje da instituição denominada “igreja” é rever o processo do engano e perceber que há o “lado A” neste disco horripilante, que, é o consolo e incentivo. Pois, a maioria desses irmãos afastados estão esfriando na fé (feridos, machucados) e, no entanto, buscando a Cristo e algum tipo de comunhão.

Assim, é mister aos ministérios das instituições denominadas “igrejas”, a reflexão sobre possíveis erros cometidos no apascentar das ovelhas, por parte dos membros, líderes, pastores, bispos, etc. Além de reavaliar a forma como está sendo orientado o ambiente da comunidade, em particular, se está sendo promovido o amor entre os membros ou a competitividade entre eles.

Sofremos da epidemia que reduz Deus a coisas temporais da igreja ou na igreja. Acontece que quem vive para fazer um mecanismo funcionar com a força do próprio braço tende inexoravelmente à exaustão. Esgota-se quem carrega os apetrechos da fé. O Espírito Santo pode agir dentro das estruturas que criamos, mas age também a despeito delas. Por isso, não é aconselhável que se baseie a vida da comunidade-igreja em nome de um brasão eclesiástico ou denominacional, mas é coerente que aqueles que têm crido entreguem-se por completo ao Senhor, a fim de que o Evangelho floresça.

Por fim, eu não tenho ilusões quanto ao estado atual da instituição denominada “igreja”. Ela é imperfeita e continuará assim, pois não me restam dúvidas quanto o estado de imperfeição, corrupção, falibilidade e miséria em que a igreja militante se encontra no presente, enquanto aguarda a vinda do Senhor Jesus, ocasião em que se tornará igreja triunfante.

* Por Cristo. Em Cristo. Para Cristo. Nos interesses de Sua Igreja.