HOMOFOBIA

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Antes de iniciarmos o assunto, gostaria de propor ao caro leitor(a), após observar a fotografia* que ilustra o tema proposto, a responder a seguinte pergunta: qual o sentimento que você nutri ao se deparar com uma cena semelhante a esta, negativo ou positivo? Bom, cuidado! Dependendo da sua resposta você poderá ser considerado um ‘homofóbico’. Pois, segundo a conceituação da palavra homofobia (homo, pseudoprefixo de homossexual, fobia do grego φόβος "medo", "aversão irreprimível") trata-se de uma série de atitudes e sentimentos negativos em relação a lésbicas, gays, bissexuais e, em alguns casos, contra transgêneros e pessoas intersexuais. As definições referem-se variavelmente a antipatia, desprezo, preconceito, aversão e medo irracional. A homofobia é observada como um comportamento crítico e hostil, assim como a discriminação e a violência com base em uma percepção de orientação não-heterossexual.


Assim, tenho percebido que a sociedade contemporânea, conceituada como pós-moderna, tem promovido o multiculturalismo, onde este se baseia no respeito ao outro, que na verdade é uma forma de consolidar, ou impor, ao ‘outro’, paradoxalmente a própria diferença igualitária. Ou seja, uma modalidade de racismo, invertido ou negado, marcado à distância pelo respeito e tolerância, sob o escopo do respeito pela adversidade, pautado nos princípios dos Direitos Humanos. Este engodo faz parte da política pós-moderna, que se concentra em guerras culturais. Tem como princípio básico a tolerância sexual, étnica e religiosa.
Mais o que a Bíblia fala a respeito do assunto? É justamente neste aspecto que o nosso estudo irá discorrer.
Primeiramente gostaria de esclarecer de que o estudo científico acerca da homossexualidade é bastante recente, possuindo cerca de um século. Hoje sabemos que a homossexualidade é um dos aspectos básicos da personalidade, provavelmente fixado na primeira infância, tem base biológica e afeta uma parcela significativa da população em praticamente todas as culturas conhecidas. Não há evidências convincentes de que a orientação sexual possa ser mudada, e não há prova sequer de que a homossexualidade seja um fenômeno patológico em qualquer das suas formas. Desde a Segunda Guerra Mundial, uma comunidade gay vem se formando e ganhando voz em âmbito mundial. Dentro desta comunidade, e especialmente entre os gays e lésbicas que são religiosos, relacionamentos homossexuais amorosos e adultos têm se tornado uma preocupação importante.
Assim, quero iniciar desmistificando a idéia enganadora de que a Bíblia condena a homossexualidade, pelo contrário, nela contém muitas passagens que são afirmações positivas de amor, compaixão e heroísmo em relação aos atos homogenitais. O que percebemos é uma interpretação – hermenêutica – deturpada da Sagrada Escritura, mantendo uma postura tendenciosa, parcial e preconceituosa, com relação ao tema.
Diante disso, a homossexualidade faz parte de uma situação nunca imaginada pelos autores bíblicos, portanto não devemos esperar que a Bíblia expresse uma opinião sobre ela. O que pode ser esperado é o seguinte: quando a Bíblia menciona comportamentos sexuais entre pessoas do mesmo sexo, ela o faz tal como estes comportamentos eram compreendidos naquela época. Os ensinamentos da Bíblia só podem ser aplicados hoje na medida em que a antiga compreensão destes mesmos comportamentos for válida.
Mais especificamente, na época bíblica não havia uma compreensão muito elaborada da homossexualidade como orientação sexual. Havia apenas uma consciência genérica de atos ou contatos entre pessoas do mesmo sexo, o que poderia ser chamado de homogenitalidade ou atos homogenitais. A questão atualmente gira em torno das pessoas e seus relacionamentos, e não simplesmente de seus atos sexuais. O que se discute hoje é a homossexualidade, e não mais a mera homogenitalidade, e o afeto espontâneo por pessoas do mesmo sexo e a possibilidade ética de expressar este afeto em relacionamentos sexuais e amorosos. Como esta não era uma questão que os autores bíblicos tinham em mente, não podemos esperar que a Bíblia nos dê uma resposta.
Pergunto: A palavra de Deus na Bíblia condena aquilo que hoje conhecemos por homossexualidade? Diante desta pergunta, proponho que considerem todas as passagens bíblicas que se referem a este tema. Compreenda-as em seu contexto histórico original. Avalie as provas com uma mentalidade aberta e honesta.
As pessoas atacam homens e mulheres homossexuais porque eles são diferentes, esquisitos, estranhos. Lésbicas e gays não se encaixam em nossa sociedade, fazendo-se com que eles permaneçam estranhos, estrangeiros. São deserdados por suas próprias famílias, separados de seus filhos, despedidos de seus empregos, despejados de imóveis e expulsos de bairros, insultados por personalidades públicas, espancados e assassinados nas ruas. Tudo isto é feito em nome da religião e da suposta moralidade judaico-cristã.
Esta opressão é o próprio pecado do qual o povo de Sodoma foi culpado. É exatamente este o comportamento que a Bíblia condena repetidas vezes. Portanto, aqueles que oprimem os homossexuais devido ao suposto “pecado de Sodoma” podem ser eles próprios os verdadeiros “sodomitas” tal como a Bíblia os entende.
Cada um escolhe o caminho que deseja seguir. E Deus nos ilumina com o intuito de descobrirmos nossas imperfeições. Enquanto continuarmos a fazer aquilo que sabemos que prejudica nosso relacionamento com a divindade, nunca haverá conscientização da verdadeira relação entre homem e o Criador: o Amor. O verdadeiro pecado é a falta de amor ao próximo e que, automaticamente, afasta o homem de sua Fonte Maior. Não é o fato de alguém ser hetero, homo, bi ou transexual que ofende a Deus. É a forma com que o indivíduo se expressa (social, sexual e espiritualmente) que deve ser revista.
Não há distinção aos olhos de Deus. Existem inúmeros homossexuais sofrendo neste exato momento pelo temor infundado de um Deus que julga e condena. Além disso, há a rejeição por parte da sociedade justamente por algo que não pode ser mudado e que é inerente à natureza do ser, da mesma forma que não se pode modificar a cor dos olhos ou o tipo de cabelo. O que pode ser feita é uma camuflagem: lentes de contato para os olhos e produtos químicos para os cabelos. Muitos homens, por exemplo, se casam e têm filhos para agradar a sociedade e vivem um tormento interior. Entretanto, um dia "as cores originais" vêm à tona. A única verdade é que Deus sabe de que forma fomos criados (por Ele próprio) e nos conhece desde a concepção no útero de nossa mãe.
Lembre-se de que qualquer verdadeiro cristão deve proceder como o Senhor Jesus procedeu quando andou neste mundo: Ele sempre amou o pecador e detestou o pecado. Todas as pessoas devem ser amadas como Deus as ama, independente de seu modo de vida. Mas amá-las não implica em aceitar seu modo de vida.

"Eu sei e sou ensinado pelo Senhor Jesus que nada é impuro por si mesmo; mas é impuro para qualquer um que pense que seja impuro" (Romanos 14:14) ou que negue a sua importância na vida Cristã.

* Fotografia ilustrativa do tema – PARADA CONTRA HOMOFOBIA EM HAVANA, CUBA. Fonte: http://www.abril.com.br/mulher/fotos/homofobia-parada-cuba-2009/. Acesso em 09 set. 2011
Fontes:
- Bíblia e a Homossexualidade – tradução do original de Bíblia and Homossexulaity do site “Freeing the spirit”
ICM-Rio de Janeiro/ Célula Bangú–tradutor: José Luiz V. Silva.
- O que a Bíblia realmente diz sobre a homossexualidade (Summus/Edições GLS, 1998), cap. 2 e 3, http://www.amalgama.blog.br/02/2009/o-que-a-biblia-realmente-diz-sobre-a-homossexualidade.
Sobre o Autor:
Lucas Estevam
Policial Militar, Cristão de confissão evangélica, desigrejado, Bacharel em Teologia pela Faculdade de Teologia da Universidade Metodista de São Paulo - UMESP, Bacharelando em Direito pela Universidade Bandeirante de São Paulo - UNIBAN e Tecnólogo de Polícia Ostensiva e Preservação da Ordem Pública I e II, pela Escola Superior de Sargentos - ESSgt da PMESP. Estou me preparando para servir melhor a Deus, me dispondo a romper as barreiras entre o indivíduo e a sociedade, procurando analisar as relações e inter-relações entre os indivíduos, grupo sociais e contexto social. Propiciar atenção as pessoas em geral que estejam carentes de serem ouvidas, independente de sua confissão religiosa e apresentar a verdade cristã de forma simples e acessível a quem tiver interesse. Sou casado com Maria Helena, tenho um filho de 18 anos, o Lucas Júnior.

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