O EVANGÉLICO PIRA...

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Esta imagem retrata uma deliciosa saquerita de morango (drink de saquê com frutas), preparada pela minha esposa, para o meu deleite, após uma semana de trabalho intenso. Mas, enquanto eu saboreava o meu drink, peguei-me a refletir sobre este ato a luz das Escrituras, ou seja, a Bíblia condena o consumo moderado de álcool ou apenas seus excessos.


Quanto ao assunto, é fácil ver nos currais evangélicos duas argumentações que fundamentam a total abstenção ao álcool: a primeira seria com relação ao testemunho cristão (I Coríntios 8:9-13) e a segunda é de que o vinho e a bebida forte dos tempos bíblicos eram diferentes dos vinhos e bebidas fortes atuais. À luz desses princípios, seria extremamente difícil para um cristão dizer que esteja consumindo bebidas alcoólicas para a glória de Deus (I Coríntios 10:31). Às vezes parece difícil saber ao certo que postura o cristão deve tomar diante das bebidas alcoólicas. De um lado, acham-se muitos textos que parecem incentivar a abstinência, mas, por outro lado, há trechos em que Jesus transformou a água em vinho, bebeu vinho etc. (João 2:1-11; Mateus 26:29).
Consumir álcool, para os crentes evangélicos, é mesmo como um tabu, ainda que façam parte de denominações mais liberais em relação ao assunto, pois, estes, evitam serem vistos em tal prática.
É mister destacarmos que com relação ao álcool, os cristãos se dividem basicamente em três correntes: os abstêmios, que optam por beber eventualmente, mas não combatem quem pensa diferente; os temperantesou moderacionistas, que assumem beber em determinadas circunstâncias e com moderação –; e os proibicionistas, que advogam a condenação total ao ato de beber álcool.
Com isto, já podemos imaginar o tamanho do problema. “O tema sempre será delicado, e por isso devemos tratá-lo biblicamente, mas nunca na base do ‘pode ou não pode’. Este é um caminho que pode construir uma ética farisaica e uma espiritualidade rasa.”, opina, por sua vez, Hernandes Dias Lopes, pastor e escritor de confissão presbiteriana. Ele lembra que a ética cristã não se baseia somente no direito ou na consciência de cada um, mas no direito do outro e no amor ao próximo. “Dessa maneira, não se pode fechar os olhos para a realidade de tantas tragédias pessoais decorrentes da bebida e das perspectivas da juventude brasileira, que está sendo consumida pelo álcool”.
No outro extremo, se atribuirmos que o álcool é ruim, poderia estar afirmando que Deus é mal, pois foi Ele quem o fez (Sl 104:15).
Carlos Moreira, Pastor episcopal em Recife/PE, reconhece a gravidade do problema do alcoolismo e afirma que nenhum cristão, em sã consciência, deve oferecer motivo de tropeço a um irmão sob o jugo desta doença. “Contudo”, pondera, “essa lógica de que devemos eliminar alguma coisa por completo de nossas vidas porque há quem abuse da liberdade de usá-la não me parece uma atitude compatível com a nossa liberdade cristã, e nem com o exercício de maturidade que esta envolve”. O pastor lembra que o reformador Martinho Lutero resumiu esta perversão que força uma religiosidade vazia com um comentário provocativo: “Ora, os homens são levados ao erro por conta de mulheres e bebidas. Deveríamos nós abolir as mulheres?”, cita. Para Moreira, a ética cristã não possibilita que se traga escândalo ao irmão, o que é um conceito aplicável a situações específicas – “Caso de um crente novo na fé, por exemplo” –, não uma regra geral: “Considere o caso de Jesus, nosso padrão de santidade perfeita, que consumia vinho com os seus apóstolos com regularidade e sem fazer nenhum segredo disso”.
Lembre-se: “O legalista não está satisfeito com os padrões da justiça de Deus. Ele arrogantemente pensa que pode fazer melhor que o Senhor – legisla ele mesmo, segundo as suas próprias aspirações religiosas. Assim, proíbe o que Deus permite e, como resultado, muitas vezes permite que Deus proíbe.”
Assim, entendo que a questão do consumo do álcool esteja relacionada exclusivamente a liberdade cristã. Uma vez que a Escritura condena o estado de embriaguez, que leva à perda do controle dos sentidos, mas não há nenhuma restrição ao consumo moderado.
O que vemos, é uma sociedade evangélica cheia de tabu com relação ao álcool. O apóstolo Paulo é claro ao dizer que onde falta o autocontrole, tabus se fazem inúteis, somente patrocinam máscaras (Cl 2:20-23). E onde não há tabus, não há ofensa. Paulo continua “nenhuma coisa é de si mesma impura, salvo para aquele que assim a considera; para esse é impura” (Rm 14:14). Muitas vezes determinamos se algo é santo ou profano pelas lentes dos dogmas que foram incucados em nossa mente. Não obstante, muitas coisas que a religião rotula na verdade são elementos neutros, cujo benefício ou malefício se determina pelo bom ou mau uso que alguém faz destas coisas.
Portanto, não quero e nem posso ser melhor do que Jesus. Afinal, como disse um dos maiores intérpretes da mente e da vida de Jesus, foi para a liberdade que ele nos libertou!
Sobre o Autor:
Lucas Estevam
Policial Militar, Cristão de confissão evangélica, desigrejado, Bacharel em Teologia pela Faculdade de Teologia da Universidade Metodista de São Paulo - UMESP, Bacharelando em Direito pela Universidade Bandeirante de São Paulo - UNIBAN e Tecnólogo de Polícia Ostensiva e Preservação da Ordem Pública I e II, pela Escola Superior de Sargentos - ESSgt da PMESP. Estou me preparando para servir melhor a Deus, me dispondo a romper as barreiras entre o indivíduo e a sociedade, procurando analisar as relações e inter-relações entre os indivíduos, grupo sociais e contexto social. Propiciar atenção as pessoas em geral que estejam carentes de serem ouvidas, independente de sua confissão religiosa e apresentar a verdade cristã de forma simples e acessível a quem tiver interesse. Sou casado com Maria Helena, tenho um filho de 18 anos, o Lucas Júnior.

3 comentários:

  1. Porque as pessoas bebem cerveja, cachaça, saquê, Whisky, enfim, o álcool ? Para relaxar, mudar os pensamentos, desestressar, preencher um vazio na alma, estar quieto ou com os amigos ? Quem tem o Espírito Santo em seu interior, o qual reflete em suas ações exteriores, NÃO precisa de nenhuma quantidade de álcool, o Espírito SANTO preenche e completa o ser, em sua totalidade, e ainda faz nele uma fonte que jorra, nada fermentado, mas puro e vital, sem contaminação.

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  2. E por que pessoas que têm o Espírito Santo necessita de medicamento controlado vez ou outra (alguns necessitam sempre)?

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