A CIDADE E SUAS MARCAS

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Vista como uma forma de expressão, a tatuagem faz parte da vida de muitas pessoas. Seja qual for o motivo do seu uso, cresce o número de adeptos de tatuagens, alargadores e piercings, transformando-se, muitas vezes, na marca registrada de quem os usa.



A atitude de tatuar o corpo ou de espalhar brincos em partes não convencionais pode até revelar uma personalidade destacada com um toque de rebeldia, determinação e jovialidade, embora, esses motivos não se justificam mais dentro de uma sociedade permissiva em que vivemos, pois, o uso está banalizado (modismo). Não dá mais para falar de um público específico. É impossível sair na rua e não encontrar um desenho, estampado no corpo das pessoas. Estima-se que de 3 a 5% da população seja tatuada. Desenhos incríveis, cores lindas; personalidades preferidas têm. Isso faz com que a vontade de exibir tatuagem cresça cada vez mais. E quem faz a primeira, já quer a segunda. Modismo ou não, o uso tanto de tatuagens quanto de piercings tem seu preço.

Apesar do modismo, a tatuagem não sai do corpo e, ao contrário de um modismo, não pode ser trocada a cada estação. Para remover a tatuagem, é necessário um tratamento caro e demorado, que muitas vezes, não apresenta uma solução definitiva. Outro preço são as discriminações sofridas por quem adota tal fetiche. A tatuagem pode ser um peso que a pessoa vai carregar por toda a sua vida, podendo prejudicá-la de três maneiras distintas:
- Socialmente – sofrendo discriminação e preconceito;
- Emocionalmente – por ser uma marca permanente; e
- Espiritualmente – ao descobrir a origem da tatuagem, constatando que ela é instrumento relacionado aos deuses e práticas ocultas pagãs.
Nosso desafio não é condenar, mas orientar as pessoas (principalmente os jovens) para os riscos que existem em fazer estas coisas sem a devida orientação. Acredito que a questão da tatuagem e piercing estão ligadas a liceidade dos adornos, os quais são universalmente admitidos. Embora o uso de adornos seja legitimo, podemos torná-lo ilegítimo por duas razões: a primeira, quando contraria os costumes legítimos de uma sociedade e a segunda, por falta de moderação, quer seja por paixão desordenada, ou por intenção libidinosa. Assim precisamos ter em mente quando o assunto é aparência pessoal, é que se trata de algo que muda com o tempo e com o lugar. Usos e costumes estão diretamente ligados à cultura. Basicamente uma cultura é formada por três elementos: cosmovisão (a maneira como o povo vê o mundo), sistema de valores (o que é importante para aquele povo) e normas de conduta (o modo como o povo se comporta, e isso diz respeito tanto à vestimenta, como ao modo de se relacionar com os outros, etc.). Culturas são diferentes de acordo com sua cosmovisão, valores e normas de conduta. O problema é que o mundo está ficando pequeno. A globalização faz com que certos costumes que antes só eram vistos em algumas culturas isoladas e lugares remotos da terra, comecem a se tornar moda em todo o mundo.
Tendo em vista este blog tratar de temas teológicos, não poderia deixar de fazer algumas considerações neste sentido, fundamento este estudo com uma citação de Santo Agostinho que nos ensinou: “No uso das coisas, não deve intervir a paixão impura, que não só abusa descaradamente do costume daqueles entre os quais se vive, senão que, com freqüência, rompendo todo o dique, faz conhecer, com cínico descaramento, sua torpeza, ocultada antes sob os véus dos costumes autorizados”. Nesta frase percebemos o valor dado aos costumes de uma sociedade, mostrando que contrariar os costumes tradicionais legítimos pode ser causa de pecado. Em suma, entendemos que usar adornos sem intenção impura é lícito. Já considerado ilícito, caso tenha, fins lascivos e sensuais, ou ainda, como afirmamos anteriormente, que contrarie os costumes tradicionais legítimos de uma sociedade. Todo aquele que opte por utilizar tatuagens, alargadores e piercing, deve atentar para que não haja pecado no uso desses adornos. Ficam aqui, quatro princípios que podem levar a pessoa ao pecado: excesso nos adornos; uso com intenção impura; contrariar os costumes legítimos de um povo, causando escândalo e o uso de adornos que sejam símbolo do pecado.


A tatuagem, o alargador e o piercing possuem um caráter particular, na questão dos adornos, pois estes afetam, de forma definitiva e excessiva, a integridade física do corpo que cremos ser o Templo de Deus. Apesar de não se aplicar diretamente a tatuagens e piercings, o apóstolo Paulo escreveu aos de Corinto: "Será que vocês não sabem que o corpo é o Templo do Espírito Santo, que vive em vocês e foi dado por Deus? Vocês não pertencem a vocês mesmos, pois Deus os comprou e pagou o preço. Portanto, usem os seus corpos para a glória Dele." (1Co 6:19-20). Assim, considera-se leviana a decisão daquele que enche o corpo de penduricalhos (piercings e alargadores) ou tatuagens. Se nossos corpos pertencem a Deus, deveremos sempre nos certificar de que temos Sua clara “permissão” antes de neles deixarmos “marcas” com tatuagens e piercings. Onde estes, simbolizam a rebelião contra os costumes imemoriais da civilização cristã. Nesse sentido, eles são sempre maus e ilícitos.
Fomos chamados para sermos semelhantes ao Senhor Jesus Cristo, seus imitadores e discípulos! Ser discípulos do mundo, jamais!
Sobre o Autor:
Lucas Estevam
Policial Militar, Cristão de confissão evangélica, desigrejado, Bacharel em Teologia pela Faculdade de Teologia da Universidade Metodista de São Paulo - UMESP, Bacharelando em Direito pela Universidade Bandeirante de São Paulo - UNIBAN e Tecnólogo de Polícia Ostensiva e Preservação da Ordem Pública I e II, pela Escola Superior de Sargentos - ESSgt da PMESP. Estou me preparando para servir melhor a Deus, me dispondo a romper as barreiras entre o indivíduo e a sociedade, procurando analisar as relações e inter-relações entre os indivíduos, grupo sociais e contexto social. Propiciar atenção as pessoas em geral que estejam carentes de serem ouvidas, independente de sua confissão religiosa e apresentar a verdade cristã de forma simples e acessível a quem tiver interesse. Sou casado com Maria Helena, tenho um filho de 18 anos, o Lucas Júnior.

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